quarta-feira, 29 de junho de 2011

Parafraseando reciprocidade

Ter-te a todo instante que desejei
Com reciprocidade quase animal
O combinado está e deve valer assim?
Até que não...

Não são linhas tortas, mas também não são fáceis
Nem mesmo você
Aproveita aquilo que tanto quis

Aproveita
Porque você tem esse amor
Eu te amo mais, mas talvez você me ama também

terça-feira, 14 de junho de 2011

Desconsolo


Não há sentimento pior que o desconsolo. Às vezes você quer alguma coisa que nem sabe, mas quando ela não acontece, se pede desesperadamente por atenção. A atenção, por sua vez, quando não correspondida, vira desconsolo. Todos queremos ser consolados quando algo que desaponta penetra nosso psique. E todo o contexto da falta de consolação é penoso, doloroso, insuportável. O olhar para os 4 cantos, procurando qualquer imagem ou impressão que te distraia ou te conforte, ainda que tenhamos a certeza absoluta de que nada vai resolver.
Não se engane. Quando sentir saudade, dor física, inveja, ciúmes e etc, não se aborreça tanto. Não há sentimento pior que o desconsolo. Talvez dormir de olhos abertos em um quarto escuro e gelado resolva. Logicamente que é a única coisa que consigo e quero fazer. Não há sentimento pior que o desconsolo. Não há. E não tente descobrir.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Todos torcemos pelo Clube de Regatas Sem Razão.



A paixão por um time é a irracionalidade mais bela que existe. Simplesmente a pessoa escolhe um clube e pronto. Não tem porquê, pra quê, pra nada.
E é tão irracional que junto com a paixão pelo time, vem junto no pacote o ódio pelo adversário. Esse ódio é quase do tamanho da paixão. Ridículo não? Já xinguei, abalei amizades e quebrei objetos por causa do meu time ou do time do próximo. Ridículo, sim.
Pra ser sincero, o meu time já me deu muito mais tristezas do que alegrias. E o time do todo mundo também faz isso. Quando ele ganha um campeonato, ficamos loucos, perdemos a noção, ficamos cheios de alegria. No próximo jogo, caso derrotado, raiva. Título é uma simples obrigação, e ponto.
Então pensei nisso um dia. ''Quer saber, eu vou é largar futebol de mão, isso é coisa de gente burra, que não bate bem das idéias. Nego se mata e mata os outros pelo time, e o time ganha um campeonato aqui e outro acolá. Foda-se''.
Tudo bem, mas ai você lembra das vezes que pegou aquele metrô lotado(todos estão indo pro mesmo lugar e fazer a mesma coisa com você), desceu as escadas, cruzou a entrada do Estádio Jornalista Mario Filho, caminhou rumo às arquibancadas verdes e se teletransportou pra outro mundo. Um mundo em que 60.000 extra-terrestres(já vi 80.000) com a mesma camisa estão gritando o mesmo coro, transformando tudo aquilo em uma só voz, em prol de uma só coisa.. e aí, meu cumpadi, você esquece de tu.. de.. esquece.. ''DOMINGOOOOO, EU VOU AO MARACANÃÃÃÃ...''

terça-feira, 31 de maio de 2011

Expectativas errôneas.


Durante 6 meses varei minhas noites na companhia de uma ex-namorada, chamada Noite Paulistana. Muito famosa por sinal, mas o meu ângulo não enxergava muito os esquentas animados, baladas glamurosas e afters matutinos. Era um skate como superfície e informações sem fim, vinda de seus concretos também infinitos e habitantes exóticos e variados. Na bacia urbanográfica do tranquilo e aristocrático Higienopólis, do alternativo Consolação e do celébre e decadente Jardins, que tinha o rio Paulista como protagonista, eu era um navegante sobre rodas, com curiosidade mista de menino de interior, sociólogo e artista plástico.
Certa vez, encontrei na esquina da r. Minas Gerais com o ''lado desconhecido'' da av. Paulista um casarão antigo, com muitas pessoas e paredes pixadas. Já tinha visto aquilo em uma cidade bem distante, que coincidência! E decidi ficar ali.
Quando sai, era outra pessoa. O lugar era outro, completamente diferente, completamente distante. Mudei pra sempre.
A frustração dos primeiros 5 minutos me deram próximas 4 horas de horas que eu nunca tinha vivido, nem visto. Eu estava reflexivo lá dentro, mas nem sabia. De fato, só pensei nisso agora. Naquela hora era apenas uma festa. Que não foi boa, nem ruim. Menos pra algumas coisas, mais pra outras.
Às vezes não se pode quantificar as coisas, nem criar expectativas. Elas são simplesmente diferentes, e podem ser melhor de uma maneira, ou pior de outra maneira totalmente oposta. Esse casarão não tinha nada a ver com o que eu esperava, portanto me frustrei. Esse casarão não tinha nada a ver com o que eu esperava, portanto me impressionei. E abri um grande sorriso orgulhoso ao final daquela noite.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

A falsa busca pela serenidade.


O melhor exercício de reflexão pessoal é analisando, infelizmente, os famosos OUTROS. Mas há uma beleza em estudar a vida do vizinho, de certa forma. As relações sociais são curiosas, assim como os estímulos e respostas dos seres humanos. Na verdade, o que me chamou a atenção hoje é: onde se quer chegar.

Poderia citar diversos pontos do sistema capitalista com várias teorias marxistas que dariam um belo argumento, mas bom mesmo seria usar como base nós. Nós mesmos.

Passamos as segundas e terças dormindo pouco, acordando cedo, trabalhando muito, estudando muito, se preocupando e bocejando. Muito. Imploramos por 30 minutos a mais de sono, ou um singelo cochilo de 600 segundos. Queremos chegar em casa e ver uma mesa bistrô. Agora, porque de um dia pro outro mudamos tão abruptamente? Na sexta o trânsito às 18 está louco, frenético, as pessoas correm pra rua como se a rua fossem suas mães, e o álcool fosse o leite. Os bares lotam, as baladas se entopem, os barulhos se afloram. Saímos surdos ao nascer do sol em busca de se alimentar em qualquer lugar, desde que não tenha passado pela inspeção da vigilância sanitária. No dia seguinte, lembranças vagas, corpo sujo,cabeça dilatada e sede homérica.

Hipócrita como não sou, também sofro de ''síndrome da alienação da sexta-feira''. Mas só eu posso fazer esse diagnóstico, mais ninguém, exatamente voltando ao âmbito da questão: depois de ver como eu e você levamos a vida na urbe, concluo. Na verdade, concluo um parágrafo muito vago.

Teoricamente, o''eu'' que acredito que sou quer estar cercado pela umidade, umas poucas ondas e uma cômoda serenidade. Só que eu não estou indo atrás, pelo menos minhas atitudes não visam isso. Elas tem uma vontade de manter o relógio girando em anti-horário. E nessas horas, eu me pergunto quem está certo: EU ou as ATITUDES?