Durante 6 meses varei minhas noites na companhia de uma ex-namorada, chamada Noite Paulistana. Muito famosa por sinal, mas o meu ângulo não enxergava muito os esquentas animados, baladas glamurosas e afters matutinos. Era um skate como superfície e informações sem fim, vinda de seus concretos também infinitos e habitantes exóticos e variados. Na bacia urbanográfica do tranquilo e aristocrático Higienopólis, do alternativo Consolação e do celébre e decadente Jardins, que tinha o rio Paulista como protagonista, eu era um navegante sobre rodas, com curiosidade mista de menino de interior, sociólogo e artista plástico.
Certa vez, encontrei na esquina da r. Minas Gerais com o ''lado desconhecido'' da av. Paulista um casarão antigo, com muitas pessoas e paredes pixadas. Já tinha visto aquilo em uma cidade bem distante, que coincidência! E decidi ficar ali.
Quando sai, era outra pessoa. O lugar era outro, completamente diferente, completamente distante. Mudei pra sempre.
A frustração dos primeiros 5 minutos me deram próximas 4 horas de horas que eu nunca tinha vivido, nem visto. Eu estava reflexivo lá dentro, mas nem sabia. De fato, só pensei nisso agora. Naquela hora era apenas uma festa. Que não foi boa, nem ruim. Menos pra algumas coisas, mais pra outras.
Às vezes não se pode quantificar as coisas, nem criar expectativas. Elas são simplesmente diferentes, e podem ser melhor de uma maneira, ou pior de outra maneira totalmente oposta. Esse casarão não tinha nada a ver com o que eu esperava, portanto me frustrei. Esse casarão não tinha nada a ver com o que eu esperava, portanto me impressionei. E abri um grande sorriso orgulhoso ao final daquela noite.
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