O melhor exercício de reflexão pessoal é analisando, infelizmente, os famosos OUTROS. Mas há uma beleza em estudar a vida do vizinho, de certa forma. As relações sociais são curiosas, assim como os estímulos e respostas dos seres humanos. Na verdade, o que me chamou a atenção hoje é: onde se quer chegar.
Poderia citar diversos pontos do sistema capitalista com várias teorias marxistas que dariam um belo argumento, mas bom mesmo seria usar como base nós. Nós mesmos.
Passamos as segundas e terças dormindo pouco, acordando cedo, trabalhando muito, estudando muito, se preocupando e bocejando. Muito. Imploramos por 30 minutos a mais de sono, ou um singelo cochilo de 600 segundos. Queremos chegar em casa e ver uma mesa bistrô. Agora, porque de um dia pro outro mudamos tão abruptamente? Na sexta o trânsito às 18 está louco, frenético, as pessoas correm pra rua como se a rua fossem suas mães, e o álcool fosse o leite. Os bares lotam, as baladas se entopem, os barulhos se afloram. Saímos surdos ao nascer do sol em busca de se alimentar em qualquer lugar, desde que não tenha passado pela inspeção da vigilância sanitária. No dia seguinte, lembranças vagas, corpo sujo,cabeça dilatada e sede homérica.
Hipócrita como não sou, também sofro de ''síndrome da alienação da sexta-feira''. Mas só eu posso fazer esse diagnóstico, mais ninguém, exatamente voltando ao âmbito da questão: depois de ver como eu e você levamos a vida na urbe, concluo. Na verdade, concluo um parágrafo muito vago.
Teoricamente, o''eu'' que acredito que sou quer estar cercado pela umidade, umas poucas ondas e uma cômoda serenidade. Só que eu não estou indo atrás, pelo menos minhas atitudes não visam isso. Elas tem uma vontade de manter o relógio girando em anti-horário. E nessas horas, eu me pergunto quem está certo: EU ou as ATITUDES?

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