terça-feira, 31 de maio de 2011

Expectativas errôneas.


Durante 6 meses varei minhas noites na companhia de uma ex-namorada, chamada Noite Paulistana. Muito famosa por sinal, mas o meu ângulo não enxergava muito os esquentas animados, baladas glamurosas e afters matutinos. Era um skate como superfície e informações sem fim, vinda de seus concretos também infinitos e habitantes exóticos e variados. Na bacia urbanográfica do tranquilo e aristocrático Higienopólis, do alternativo Consolação e do celébre e decadente Jardins, que tinha o rio Paulista como protagonista, eu era um navegante sobre rodas, com curiosidade mista de menino de interior, sociólogo e artista plástico.
Certa vez, encontrei na esquina da r. Minas Gerais com o ''lado desconhecido'' da av. Paulista um casarão antigo, com muitas pessoas e paredes pixadas. Já tinha visto aquilo em uma cidade bem distante, que coincidência! E decidi ficar ali.
Quando sai, era outra pessoa. O lugar era outro, completamente diferente, completamente distante. Mudei pra sempre.
A frustração dos primeiros 5 minutos me deram próximas 4 horas de horas que eu nunca tinha vivido, nem visto. Eu estava reflexivo lá dentro, mas nem sabia. De fato, só pensei nisso agora. Naquela hora era apenas uma festa. Que não foi boa, nem ruim. Menos pra algumas coisas, mais pra outras.
Às vezes não se pode quantificar as coisas, nem criar expectativas. Elas são simplesmente diferentes, e podem ser melhor de uma maneira, ou pior de outra maneira totalmente oposta. Esse casarão não tinha nada a ver com o que eu esperava, portanto me frustrei. Esse casarão não tinha nada a ver com o que eu esperava, portanto me impressionei. E abri um grande sorriso orgulhoso ao final daquela noite.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

A falsa busca pela serenidade.


O melhor exercício de reflexão pessoal é analisando, infelizmente, os famosos OUTROS. Mas há uma beleza em estudar a vida do vizinho, de certa forma. As relações sociais são curiosas, assim como os estímulos e respostas dos seres humanos. Na verdade, o que me chamou a atenção hoje é: onde se quer chegar.

Poderia citar diversos pontos do sistema capitalista com várias teorias marxistas que dariam um belo argumento, mas bom mesmo seria usar como base nós. Nós mesmos.

Passamos as segundas e terças dormindo pouco, acordando cedo, trabalhando muito, estudando muito, se preocupando e bocejando. Muito. Imploramos por 30 minutos a mais de sono, ou um singelo cochilo de 600 segundos. Queremos chegar em casa e ver uma mesa bistrô. Agora, porque de um dia pro outro mudamos tão abruptamente? Na sexta o trânsito às 18 está louco, frenético, as pessoas correm pra rua como se a rua fossem suas mães, e o álcool fosse o leite. Os bares lotam, as baladas se entopem, os barulhos se afloram. Saímos surdos ao nascer do sol em busca de se alimentar em qualquer lugar, desde que não tenha passado pela inspeção da vigilância sanitária. No dia seguinte, lembranças vagas, corpo sujo,cabeça dilatada e sede homérica.

Hipócrita como não sou, também sofro de ''síndrome da alienação da sexta-feira''. Mas só eu posso fazer esse diagnóstico, mais ninguém, exatamente voltando ao âmbito da questão: depois de ver como eu e você levamos a vida na urbe, concluo. Na verdade, concluo um parágrafo muito vago.

Teoricamente, o''eu'' que acredito que sou quer estar cercado pela umidade, umas poucas ondas e uma cômoda serenidade. Só que eu não estou indo atrás, pelo menos minhas atitudes não visam isso. Elas tem uma vontade de manter o relógio girando em anti-horário. E nessas horas, eu me pergunto quem está certo: EU ou as ATITUDES?